APAGANDO O PASSADO

Seríamos mais felizes se pudéssemos eliminar de nossa vida as sombras do passado.
Somente para o gênero humano o passado é um problema e lança suas sombras no presente.
Para um pássaro, que saúda com seu canto o nascer do sol, aquela alvorada é única.
Não há lembranças do nascer do sol passado, nem especulações sobre as auroras futuras. O pássaro é feliz ao saudar um novo sol.
Não tem consciência de ser feliz e talvez, por isso mesmo, seja feliz no agora eterno, na alegria do momento.
Da mesma forma, quando o pássaro sente dor, não se lamenta pelas dores passadas, nem acumula em sua memória a dor presente, somando-a com a dor passada. 
Apenas sente dor e expressa sua dor com piados soturnos. 
Se tiver de morrer, apenas lança um último olhar para a luz, amolece o corpo e deixa-se cair de seu galho. Não se deixa envolver com ondas de terror e incerteza diante do destino.
O pensamento que diferencia o homem dos demais seres da natureza é que faz a glória e a miséria da condição humana. Sem o pensamento, não teríamos construído pontes, aviões e aparelhos de TV. Esse mesmo pensamento é a causa da inveja, da ambição, da ansiedade e da culpa humana.
Jung disse que: 
“já que não podemos voltar à condição pré-humana, não temos outra escolha senão avançar para uma condição super-humana”.
   
 Antes disso, porém, temos de alcançar a plenitude humana.

Há diversos paradoxos no caminho da plenitude humana. 
O zen ensina que não praticamos a meditação para nos tornarmos Buda e sim para darmos expressão ao Buda que já somos. Quando damos expressão ao “Buda que já somos”, criamos condições propícias para que ele se manifeste através de nós.
Isso significa que nós nos realizamos quando nos superamos… mas só nos superamos quando nos realizamos.
É estranho que tenhamos de ir tão longe para atingir algo que está tão perto.
Um dos fatores que nos impedem de alcançar a plenitude humana é nos afastarmos do momento presente, levados pelo pensamento, que, por sua vez, é conduzido pela memória, sendo esta o repositório do passado.

Caminhamos pelo mundo sempre envolvidos pela sombra do passado. Ressentimento, culpa e autopiedade são fantasmas de nosso passado, resíduos de experiências mal resolvidas, que ficam “martelando” nossa mente e alimentando o karma futuro.
Se já não bastasse o karma físico das ações, ainda criamos o karma mental das fixações e lembranças sombrias. Criamos nossos próprios fantasmas. Enchemos nossa vida de escuridão e depois ficamos surpresos de estar tudo escuro em nossa vida.
Toda essa tristeza aumenta os sulcos causados em nossa mente, causados pelos acontecimentos.
Se olhássemos a vida com lucidez e clareza, notaríamos que o que nos afeta não são tanto os fatos, mas a maneira como reagimos a eles. 
Fatos são fatos, sendo impossível que todos os fatos que ocorrem em nossa vida nos sejam agradáveis e favoráveis.
Se tivéssemos uma visão panorâmica de nossa vida, notaríamos que a maioria dos momentos são calmos e suavemente agradáveis. 
O problema é que esses bons momentos são gravados na areia. 
E os piores momentos, em pedra.
Sempre somos indagados sobre o como apagar o passado. O “como” também faz parte do passado. 
No terreno psicológico, o “como” é uma forma antiga e pronta para se chegar ao novo.
Pode-se chegar ao novo através do velho? 
Só se pode chegar ao novo, absorvendo-se totalmente naquilo que é novo. 
E tudo o que acontece é novo por si mesmo, porque a vida se renova a cada instante. 
A mente velha é que faz o novo parecer velho, porque a mente é sempre velha, como ensinava Krishnamurti.

Para atingir uma metanóia ou transmentalização, capaz de permitir uma visão renovada da realidade, é preciso superar a própria mente. 
Transmentalização significa literalmente transpor os limites da mente que nos mantém presos ao passado e que lança as sombras do passado em nosso presente.
É justamente esse o sentido do ensinamento de Jesus de que é necessário tornar-se criança para chegar ao reino dos céus. 
Não se trata de infantilidade nem de inocência pueril.
Trata-se de ver o mundo com o encanto e com a leveza dos olhos da criança, como se cada momento fosse único. Cada momento é mesmo único. Nunca houve e nunca haverá outro momento semelhante, com as mesmas combinações de influências, com a mesma ambiência, com as mesmas ameaças e oportunidades.
É claro que cada momento novo carrega muita coisa do velho: os mesmos móveis estão ali, as mesmas paredes, as mesmas pessoas com seus hábitos fixos e inalterados.

Mesmo que todas as coisas e pessoas sejam as mesmas, elas estão em um contexto emocional, e situacional diferente: as combinações são diferentes, para quem tem olhos para ver o novo.

O presente é o maior presente que Deus ofereceu a humanidade. 

Somos seres agraciados por ter sempre um presente. 

Entretanto só poderemos ver e desfrutar esse presente se conseguirmos apagar as sombras do passado.

EVANGELHO NO LAR e ÁGUA FLUIDIFICADA


O QUE É O EVANGELHO NO LAR?
O Estudo do Evangelho no Lar é uma reunião em família, num determinado dia e hora da semana, para uma troca de idéias sobre os ensinamentos cristãos, em proveito do nosso próprio esclarecimento e do equilíbrio no lar.
Não é nenhuma invenção do Espiritismo, mas uma prática ensinada pelo próprio Mestre Jesus, que se reunia com os apóstolos e seguidores na casa de Pedro, em Cafarnaum, noutras aldeias e no próprio Tiberíades, em torno dos sagrados escritos.
Conhecido também como Culto Cristão do Lar, o estudo do Evangelho é, ao mesmo tempo, um encontro fraternal do qual participam os espíritos familiares e demais interessados no progresso moral do grupo. Outros aproveitam para se esclarecer, também como nós.
É uma prática cristã que a Doutrina Espírita recomenda como recurso poderoso contra a obssessão, de grande alcance na limpeza e higiene espiritual do lar. É um canal de comunicação com Jesus e sintonia com os bons espíritos.
É uma das formas mais saudáveis de fraternidade, que começa na família através do diálogo sincero e do exercício da caridade. Cada lição do Evangelho é um roteiro de luz e de bençãos para o grupo familiar e para toda a área em que esteja instalado o lar que o pratique.
POR QUE FAZER O EVANGELHO NO LAR?
O Estudo do Evangelho no Lar abre as portas da nossa casa aos benefícios espirituais, da mesma forma que desentendimentos, brigas e xingamentos favorecem o assalto das sombras (Richard Simonetti). Atrai os bons e afasta ou esclarece os maus espíritos.
Conduz-nos a uma compreensão racional dos ensinamentos do Cristo, levando-nos ao esclarecimento e à aceitação de tê-los como roteiro seguro para nossas vidas. Ajuda-nos a superar as dificuldades no lar e fora dele, acendendo-nos a luz da compreensão e da paciência.

Modifica o padrão vibratório dos nossos pensamentos e sentimentos, desanuviando as nossa mentes congestionadas das criações inferiores, agentes da enfermidade e dos desequilíbrios. Com Jesus no Lar, pelo estudo e vivência do Evangelho, tem-se a verdadeira paz.
Com o Evangelho no Lar formamos as defesas magnéticas da nossa casa, impregnando o ambiente espiritual das energias positivas que desestimulam toda ação maléfica. É uma verdadeira segurança espiritual que passa a funcionar em benefício de todo o grupo.
Além da ajuda que essa prática proporciona no programa espiritual de todo o grupo familiar, estende a caridade aos vizinhos e a quantos se sintam também estimulados a mudar com o nosso exemplo Quantos espíritos igualmente se beneficiam com essa fonte de luz!
COMO FAZER DO EVANGELHO NO LAR?
Escolha um dia e uma hora da semana em que seja possível a presença de todos os membros da família ou da maior parte deles. 
Observar rigorosamente esse dia e horário para facilitar a assistência espiritual e consolidar o hábito da reunião.
Inciar a reunião com uma prece simples e espontânea num local da casa menos exposto às perturbações exteriores, em seguida, fazer a leitura de um trecho de “O Evangelho Segundo o Espiritsmo”, aberto ao acaso ou previamente programado para estudo em sequência.
Fazer comentários breves sobre o trecho lido, trocando opiniões com o grupo quanto à aplicação dos ensinamentos na vida diária, evitando discussões, críticas e julgamento de membros do grupo ou de conhecidos em função da mensagem evangélica.
A reunião deve ser dirigida por um membro da família ou pela pessoa que tiver mais conhecimento doutrinário, que deverá estimular a participação de todos e conduzir as explicações ao nível do entendimento prático dos presentes. Pode-se fazer outras leituras afins.
A duração deve ser de até 30 minutos, no máximo, incluindo a prece de encerramento, em que se agradecerá a assistência espiritual, lembrando a próxima reunião.
OBSERVAÇÕES, CUIDADOS E SUGESTÕES
O Dia da semana e o horário mais adequados a todos os participantes devem ser escolhidos livremente.

O tempo de duração é flexível.
Uma vez escolhidos, o dia da semana e o horário de realização do Evangelho no Lar devem ser respeitados. Assiduidade e pontualidade são importantes para o bom contato com o Plano Espiritual.
Não transferir ou suspender a reunião em virtude de visita inesperada, hóspedes (podendo-se convidá-los a participar da reunião), compromissos de última hora, etc….
Não transformar a reunião em trabalho mediúnico.
Tomar todo o cuidado para não criar polêmicas, acusações ou desvio para outros assuntos.
Pode-se colocar água para ser fluidificada pelos Espíritos presentes, no transcorrer da reunião. 
Música suave pode contribuir para melhor ambientação, auxiliando as vibrações e preces.
Quando houver crianças, é recomendável que se escolham livros apropriados com “Jesus no Lar”, “Alvorada Cristã”, “O Evangelho da Meninada”, “Cartilha do Bem”, “Histórias que Jesus Contou”, “Os Meus Deveres” dentre outros.
Podem ser feitas leituras complementares alternativas (jornais, revistas, atualidades) que ofereçam conteúdo adequado à reflexão, conforme os objetivos do Evangelho no Lar.


A ÁGUA FLUIDIFICADA



A água fluida ou fluidificada (Fluidoterapia) é um recurso freqüentemente utilizado em diversas casas espíritas para complementar o tratamento através dos passes.

A água que as pessoas utilizam no estudo (culto) do Evangelho no Lar tem por objetivo a fluidificação da água, ou seja, sua magnetização com fluidos (energias) mais puras. Neste caso a água recebe as energias doadas pelos amigos espirituais e ajuda no equilíbrio do corpo físico e espiritual de quem ingeri-la.

A água fluidificada surgiu inicialmente com as experiências dos magnetizadores e depois passou a ser utilizada na prática espírita.

Allan Kardec, no livro A Gênese, afirma: “as mais insignificantes substâncias, como a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de veículo, ou, se quiserem, de reservatório.”

O QUE É ÁGUA FLUIDIFICADA?

A água fluidificada é a água normal, acrescida de fluidos curadores. Em termos de Espiritismo, entende-se por água fluidificada aquela em que fluidos medicamentosos são adicionados à água. É a água magnetizada por fluidos.

QUEM FAZ A FLUIDIFICAÇÃO DA ÁGUA?

Em geral, são os Espíritos desencarnados que, durante as sessões de fluidoterapia, fluidificam a água, mas a água pode ser magnetizada tanto pelos fluidos espirituais quanto pelos fluidos dos homens encarnados, assim como ocorre com os passes, sendo necessário, para isso, da parte do indivíduo que irá realizar a fluidificação, a realização de preces e a imposição das mãos, a fim de direcionar os fluidos para o recipiente em que se encontrar a água.

COMO É FEITA A FLUIDIFICAÇÃO DA ÁGUA?

A água é um dos corpos mais simples e receptivos da Terra. É como que a base pura, em que a medicação Espiritual pode ser impressa. O processo é invisível aos olhos mortais, por isso, a confiança e a fé do paciente são partes essenciais para que tratamento alcance o efeito desejado.

A água é um ótimo condutor de força eletro-magnética e absorverá os fluidos sobre ela projetados, conserva-los-á e os transmitirá ao organismo doente, quando ingerida.

A água fluidificada expande os átomos físicos, ocasionando a entrada de átomos espirituais, ainda desconhecidos, e que servem para ajudar na cura.

TIPOS DE FLUIDIFICAÇÃO DA ÁGUA

Fluidificação Magnética: É aquela em que fluidos medicamentosos são adicionados na água por ação magnética da pessoa (encarnada) que coloca suas mãos sobre o recipiente com água e projeta seus próprios fluidos.

Fluidicação Espiritual: É aquela em que os Espíritos aplicam fluidos (sem intermediários) diretamente sobre os frascos com água. Na Fluidificação Espiritual a água não recebe fluidos magnéticos do indivíduo encarnado, mas somente os trazidos pelos Espíritos. A Fluidificação Espiritual é a mais comumente utilizada nos Centros Espíritas.

Fluidificação Mista: É uma modalidade de fluidificação onde se misturam os fluidos do indivíduo encarnado com os fluidos trazidos pelos Espíritos.

Como vimos, o processo de fluidificação da água independe da presença de médiuns curadores, pois os Espíritos podem aplicar os fluidos sem intermediários, diretamente sobre os frascos com água, além disso, qualquer pessoa pode fluidificar a água, basta ter fé e concentrar-se naquilo que estiver fazendo, projetando assim os seus próprios fluidos e recebendo o auxílio da Espiritualidade amiga, sempre presente.

PROCEDIMENTOS PARA A FLUIDIFICAÇÃO DA ÁGUA

A pessoa deverá colocar um recipiente com água e realizar uma oração solicitando o auxílio dos Espíritos Magnetizadores.

Este procedimento é simples, mas muito eficaz e necessita da fé do indivíduo.

Se a pessoa desejar, poderá também fluidificar a água, bastando direcionar suas mãos em direção ao vasilhame com água e projetar os próprios fluidos, ou ainda, captar pela prece os fluidos espirituais e projetá-los sobre a água.

Não é necessário abrir os recipientes com água para fluidificação. Para as energias radiantes a matéria não representa obstáculo, podendo, portanto, os fluidos salutares manipulados pelos Espíritos, atravessarem-na com facilidade.

Os bloqueios materiais não são entraves aos Espíritos, eles podem fluidificar a água com ou sem tampa sem nenhum constrangimento.

Sendo assim, não há a necessidade de se a tirar a tampa. Portanto, o frasco que contém a água a ser fluidificada tanto pode estar aberto quanto fechado. Por uma questão de higiene certamente que será muito melhor que ele esteja fechado.

AÇÃO DA ÁGUA FLUIDIFICADA NO ORGANISMO

A água é uma molécula polar composta e é facilmente absorvida no nosso organismo. Por isso e aproveitando-se de algumas de suas propriedades (tensão superficial, condutividade elétrica e susceptibilidade magnética), é usada como agente do tratamento de fluidoterapia.

Todas as reações que acontecem no nosso organismo são em soluções aquosas, e as proteínas, membranas, enzimas, mitocôndrias e hormônios somente são funcionais na presença desta substância (água).

A ciência denomina a água de “Líquido Vital”. Uma vez fluidificada e ingerida, a água pode provocar os seguintes efeitos:

Inibição da formação de radicais livres, ou seja, diminuição dos processos oxidativos celulares, diminuição da taxa de produção de gás carbônico, aceleração dos processos de fagocitose, incremento na produção de linfócitos (células de defesa);

Observa-se na membrana celular uma maior mobilidades de íons Sódio e Potássio, melhorando o processo de osmose celular, tendo um efeito rejuvenescedor no organismo. Há uma distribuição no mecanismo de transporte de vários tipos de cátions, como é o caso do cálcio;

Efeitos sobre os hormônios receptores, ativação dos linfócitos por antígenos e várias lecitinas. O processo de polarização magnética induzida (imantação) da água no organismo produz a captura e precipitação do cálcio em excesso no meio celular;

Reposição da energia espiritual, renovando a estrutura perispiritual.

A terapêutica com a água fluidificada traz muitos benefícios ao organismo, apesar de não poder parar ou regredir as doenças geradas por resgates, doenças crônicas e degenerativas, porém facilita a ação medicamentosa e tem se mostrado eficiente na cura das doenças psicossomáticas.

CONCLUSÃO

A água fluidificada, portanto, é uma água magnetizada, principalmente, pelos Espíritos, contendo, assim, alterações ocasionadas pelos fluidos salutares ali colocados e direcionados para o equilíbrio de alguma enfermidade física ou espiritual. Para cada paciente o fluido medicamentoso será específico não só para a sua enfermidade física, mas também para as necessidades espirituais de cada um. Deve ser usada como um medicamento. Manda o bom senso que não se utilize remédios sem necessidade, portanto, da mesma maneira, só deve usar a água fluidificada quem de fato estiver necessitando dela. Tudo em excesso faz mal, não é mesmo?

“Coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações e espera e confia.” 
Emmanuel / Chico Xavier


ORAÇÃO PARA A FLUIDIFICAÇÃO DA ÁGUA

Peço a Deus, o Princípio Onipresente, Onisciente e Onipotente, e ao Cristo Planetário, forças para as Legiões Angélicas ou Mensageiras, para que possam lutar contra o Mal, em qualquer forma que se apresente, e vencê-lo. 

Como não existe merecimento, fora do respeito à Verdade, ao Amor e à Virtude, prometo aplicar esforços no sentido de viver a Lei de Deus, compreender e imitar o Verbo Exemplar e cultivar nobremente os Dons do Espírito Santo, Carismas ou Mediunidades, sem os quais não pode haver a Consoladora Revelação. 

Rogo a Deus, que enviou o Verbo Modelo, para entregar o Glorioso Pentecostes, ou Derrame de Dons Mediúnicos para toda a carne, para que a Humanidade tenha realmente dignos medianeiros, que dêem de graça o de graça recebido, nutrindo verdadeiro respeito à Doutrina do Caminho. 

Como encarnado, sujeito a necessidades, doenças, dores, aflições, e também sujeito à morte física e responsabilidade perante a Justiça Divina, rogo o dom do bom discernimento espiritual, assim como rogo, para o corpo, as energias e os fluídos a serem depositados nesta água. 

E como quem tanto necessita e roga, reconhecido agradeço a Deus, às Legiões Angélicas e Socorristas e ao meu Espírito Guia ou Anjo Guardião. 

Amém.